terça-feira, 8 de novembro de 2011

DJ Paulinho Black Power, a Lenda Viva da Soul Music no Rio de Janeiro.

Dj Paulinho nos dias de hoje.

As informações a seguir são verdadeiras e têm como único objetivo levar ao conhecimento daqueles que, por algum motivo, não conheceram a minha trajetória na década dos anos 70, a meu ver, foi à melhor opção que tivemos dentro do movimento de musicalidade como um todo e, particularmente, no cenário da Black Music, na Zona Norte, Oeste, Baixada e Interior Serrana da Cidade do Rio de Janeiro.
Ainda era muito garoto quando comecei a entender e gostar de música. Na época dos anos 60 os Beatles e os Rollins Stones eram quem mais se ouviam na mídia como um todo e com a chegada dos anos 70 o estilo musical sofreu uma mudança e emplacou o ritmo chamado de Soul Music. Com ele, vieram os grandes grupos e os músicos negros americanos que explodiram por quase toda década dos anos 70. Lembro que bem no início de tudo, o Goodfather of Soul James Brown e seu fiel parceiro Bobby Byrd e as Divas do Soul Music ( Lyn Collins, Vicki Anderson, Marva Whitney e Martha High, impulsionaram de forma belíssima o rítimo recém chegado nos anos 70 tendo como pilar a sua Banda JB’s (James Brown Soul), formada por grandes fenômenos de músicos.
Dessa banda, eu destaco aqui três fenômenos: Fred Wesley, um dos maiores senão o maior trombonista que o mundo já viu e Maceo Parker e Pee Wee Ellis. Esses dois magistrais Saxes Sofonistas. Todos ainda em plena forma física. Os três dispensam qualquer comentário no âmbito musical.
Eu me perguntava de onde vem tanto arranjo que sempre me levou para conhecer ainda mais os grandes grupos e músicos da época a ponto de me tornar mais um freqüentador assíduo dos bailes da pesada com os já conhecidos “Big Boy” e “Ademir Lemos”. Os caras eram feras mesmo. A sensibilidade musical dos dois era impressionante.
Lembro muito da época que eu falava para mim mesmo, ainda vou ser um discotecário e vou sacudir a galera com essas musicas a exemplo do que eles faziam com aqueles que curtiam o baile da pesada. Foram com essas caras que conheci e me identifiquei com a verdadeira raiz do Soul Music. Eles deixaram saudades !!!
Nesse período, eu tinha mais ou menos 17 para 18 anos. Eu não perdia um baile se quer. Qualquer baile da pesada, seja aonde fosse, eu sempre estive presente. O Big Boy, ainda tinha dois programas diários na extinta Rádio Mundial que ia ao ar em dois horários. O primeiro das 18:00 às 19:00h e o segundo de 0:00 à 01:00h. Eu não perdia um.

Como não tínhamos a tecnologia de hoje, a jogada era gravar todo o programa com o gravador cassete que servia de referência na busca das musicas junto às importadoras. Aprendi muito com isso. Na época, não tínhamos alternativa para se conseguir musica daquele estilo. A não ser, ir até a fonte e comprar. Mas isso, ficava inviável, pelo menos para mim.
Mas bem antes disso, lá pelos meus 15 a 16 anos, todos finais de semana rolavam nossas festinhas residenciais, coisas da época, e como eu sempre gostei de música a minha galera me nomeava como discotecário das festas. Isso foi me dando mais motivação para eu começar fazer minha própria discoteca.
Eu pesquisava muito antes de comprar os discos. Lembro muito que quando comecei adquirir discos importados me deparava com a seguinte situação: Na compra de um LP, por exemplo, sem conhecer o grupo ou o musico, eu era obrigado a ficar com ele porque uma vez aberto o seu lacre não havia como devolver ou trocar por outro. Daí, o grande diferencial era você conhecer bem o grupo e/ou musico para se ter uma boa discoteca.

Nesse particular, como eu sempre fui um cara muito interessado em ter um excelente acervo musical, não media esforços em investir no conhecimento de grupos e os músicos que faziam sucesso na época. Comecei primeiro pesquisando os Compactos (45 RPM) e depois passei para os LP’s. No início dois anos 70, não havia ainda os chamados MIXES (12”) polegadas que vieram surgir no meado da década em diante. Perdi a conta de quantos finais de semana eu ficava dentro dos sebos de discos garimpando até achar alguma coisa boa. Tive muita sorte de conseguir bons discos por onde garimpei. Pelo menos lá agente podia ouvir com calma e separar o que servia para comprar.
Não posso deixar de registrar que no bairro de Irajá, bairro bem próximo de onde sempre morei, foi onde surgiram as primeiras equipes de som a se apresentar em toda zona norte. Ainda não está muito claro para mim se foi a equipe “Célula Negra” ou a Equipe “Revolução da Mente” que surgiu primeiro para a alegria de todos. O que eu sei é que sempre ficavam muito cheio. Óbvio que a aparelhagem e o som não era o mesmo daquele que eu costumava ouvi nos Baile do Big Boy, mas dava para curtir muito bem.
Depois disso, surgiram às equipes de som “Uma Mente Numa Boa”, “Make Som”, “Tropa Bagunça” “Rick” e “Retribuisom”. Não sei se foi na mesma seqüência, mas todas essas fizeram parte do bairro de Irajá. Havia uma galera também do bairro da Praça do Carmo (Tony Minister, Lafayete, Bebeto, Sergio Cabelo) que tinham bons discos e boa aparelhagem de som que tocavam muito. A briga era boa !!!. Essa galera eu já não vejo há muito tempo, exceção feito ao Lafayette que hoje é professor da faculdade Estácio de Sá. O cara conhece tudo de Black Music.

Uma coisa eu tenho absoluta certeza, as equipes de som dessas regiões arrastavam bom público, possuíam boa aparelhagem de som e a seleção musical era da melhor qualidade. Quase tudo aquilo que eu costumava ouvir nos bailes da pesada do Big Boy e não deixava nada a desejar. Essa rapaziada também deixou saudade !!!
Já no finalzinho de 1971, aproximadamente, eu fui procurado por uma rapaziada que fazia parte de uma equipe de som chamada “ FENIX”, do bairro de Coelho Neto, que descobriu que eu tinha uma boa discoteca e faziam muito gosto que eu fizesse parte da equipe como discotecário (esse era o nome que se dava aos “Dee Jay’s de hoje). A FENIX fazia seus bailes com gravador cassete de última geração, mas eles queriam mesmo era um discotecário que tocasse vinil.

A proposta foi boa e eu aceitei o desafio. Naquele momento, nascia a oportunidade que eu tanto esperava. Ser um discotecário de Soul Music. Conheci pela Equipe FENIX vários clubes na zona norte e toda zona oeste, mas o nosso maior público era quando tocávamos na baixada. A FENIX tinha uma boa força naquela região. Ganhei confiança do público e da rapaziada da equipe FENIX.
Os nossos bailes corriam uma maravilha. Com a grana que entrava, eu investia mais ainda na minha discoteca a ponto de conquistar vários discos raros. Como eu não tocava junto com as equipes consideradas grandes, não tinha como eu ser reconhecido pelas demais. Minha permanência na FENIX foi de mais ou menos um ano e meio a dois e acho que fiz belo trabalho naquele período.
A rapaziada da Equipe FENIX (Jorge, Evandro e Eduardo), sempre foi de primeira linha, cresci muito com eles, principalmente, na experiência em contato com público e palco que é bem diferente daquilo que eu promovia nas minhas festinhas. Tinha um cara na equipe que chama Eduardo e eu comentei com ele que nós precisávamos de um aparelho para ser colocada entre as duas Pick Up’s de forma a facilitar a passagem das musicas uma das outras.

Na semana seguinte da nossa conversa, o cara construiu de uma marmita de comida um misturador com dois potenciômetros que facilitou em muito o meu trabalho na passagem das musicas, usado até então na única opção que o amplificador oferecia, ou seja, chave A e B. que deu certo por muito tempo até chegar os mixadores bem aquém dos nossos atuais.
Como já mencionei acima, a equipe FENIX tocou em vários clubes do Rio de Janeiro, incluindo quase toda baixada Fluminense, Zona Oeste e Zona Norte. Mas sempre gostei de tocar em Duque de Caxias, pois lá a galera era extremamente exigente com relação ao Soul Music e tivemos que ter muito cuidado com isso. A seleção musical era importantíssima. Se não caísse no gosto da galera, ganhávamos vaias e podia até acontecer o pior. Felizmente, nesse particular, eu sempre tive percepção da boa musica e cai no gosto da galera.
A Galera de Duque de Caxias promovia no centro daquela região, sempre todos os sábados, reunião dos Black’s para discutir sobre musicas, discotecários, equipes que melhor se apresentava e etc... Detalhe: Essas reuniões rolavam e os participantes sempre se vestiam no maior estilo Black, usando chapéu, óculos escuros, bengalas, blaser, sapatos com dois e três andares. A Praça de Duque de Caxias ficava repleto de gente e parecia até que você estava no Harlem.

Vou me furtar de mencionar aqui alguns nomes, pois correria sérios riscos de esquecer alguns nomes importantes e não me perdoaria por isso. Mas havia uma grande rapaziada que abraçou esse movimento como se fosse sua própria vida que perdurou por muitos anos e que ficou até hoje na história da Black Music.
Agora imagine eu um cara branco, tocando música negra para os Black’s. Ninguém entendia nada, foi muito complicado. Houve época que eu chegava aos bailes e a galera que não me conhecia, indagava ao pessoal da equipe de som. Cadê o discotecário? Aqui a gente só gosta de Soul Music. Eu vim ao baile para ouvi James Brown.
Cheguei a enfrentar algum tipo de preconceito logo no início de minha carreira, mas logo eles percebiam que o cara branco que tocava musica para os Black trazia uma bagagem musical bastante interessante e tinha um repertório de música que dava inveja há muitos discotecários da época.
Aliás, na sua grande maioria, os discotecários que se mantiveram no comando de suas equipes foram todos branco. Por exemplo: Big Boy, Ademir Lemos, Lusinho Disc Jockey Soul, Monsier Lima, Cidinho Cambalhota e tantos outros que eu me sentia muito a vontade de enfrentar o público e até mesmo doutrinar a galera a gostar de outros grupos e músicos além de James Brown, que para mim foi um mito da Soul Music.

Existem várias história interessante da época, mas conheço uma que ficou marcado comigo. Alguns discotecários saiam em busca de músicas na primeira hora da manhã e chegavam às lojas ainda de portas fechadas e só voltavam bem no finalzinho do dia. O garimpo era longo e profundo, mas sempre alguém trazia bons discos, para vender trocar ou até mesmo fazer qualquer tipo transação que trouxesse benefício para eles. Realmente era um trabalho de persistência na busca de discos raros. Esse era o principal foco da galera. Sempre apresentar novidade no âmbito musical.
Eu, particularmente, sempre tiver bons discos, pois a época te exigia isso. A qualidade do som era secundaria. A galera gostava de ouvir coisa boa. Eu cheguei a ter alguns seguidores que sempre me acompanhavam pelos clubes que passei. Tudo por causa das musicas que eu tinha na minha discoteca. Pra mim, Isso era o reconhecimento daqueles que curtiam a verdadeira Soul Music e me prestigiavam com sua presença constante.
Sempre tive o estilo de musica bem balanceado e com muito groove, principalmente quando o arranjo vem acompanhado de metais. Aí era sucesso só !!! Consegui muitos discos de cantores e de grupos com influência da família JB’s que deram resultados tão esperados a ponto de ocupar seu espaço no cenário da Black Music. Só que eu não sabia o que ainda vinha pela frente !!!
Como na minha vida nada acontece por acaso, no finalzinho daquele ano (1972) a equipe FENIX ficou com uma data do sábado livre, ou seja, não tinha baile naquele dia, e coincidentemente naquele mesmo sábado recebi a visita na minha casa de um grande brother (Waltinho da Equipe som Célula Negra de Irajá) me pedindo para ver se eu podia ser o seu discotecário naquela noite porque havia um festival de equipe de som nos Boêmios de Irajá e, além da “Célula Negra”, estavam participando no evento as equipes ”Black Power” do Mr. Paulão, “Make Som” e “Soul Grand Prix”. Como eu não tinha baile naquele dia, falei com a rapaziada da equipe FENIX e parti para o encontro de gigantes.

Para mim era tudo novidade. Eu ainda não conhecia o Mr. Paulão da Black Power pessoalmente só conhecia de nome e a fama que rolava é que o cara tinha uma discoteca fora de série. Como eu era muito garoto e marrento queria pagar pra ver se era verdade. Como a data daquele baile era da Equipe Célula Negra, ficamos com um melhor horário para tocar, antes da equipe Black Power, e aí quando comecei a discotecar percebi que a pista vinha abaixo se rendendo ao meu estilo de música que se encaixou exatamente com o perfil da Black Power que tocaria logo depois da minha apresentação. Ali, sem saber, eu estava dando o primeiro passo para se tornar o discotecário da Black Power juntamente com o Mr. Paulão, hoje meu grande parceiro.
Logo que terminado minha apresentação, eu fui chamado pelo dançarino Maneiro da Black Power que me trouxe a informação de que o Mr. Paulão queria falar comigo. Peguei minha mochila de disco e fui ao encontro do cara que fez o seguinte comentário: Meu camarada, preciso falar muito com você. Seu estilo musical é o mesmo da Black Power, gostei de sua apresentação. Você tem bons discos. Lembro de seus dizeres, como se fosse hoje: Estou muito próximo de meu casamento e estou à procura de um discotecário e acho que você faria um belo par aqui comigo na Black Power. Que tal, vamos conversar melhor qualquer dia desses? E eu respondi, porque não !!!
Nesse dia, eu fiquei no baile até mais tarde para conferir se realmente o que falava do Mr. Paulão era verdade. Não tive dúvida, o cara tinha muita coisa que eu nem conhecia. Ele me apresentou um LP de um grupo Africano e falou você conhece isso. Acho que foi para brincar comigo. Eu olhei e falei nunca vi isso na minha vida. Então escuta o balanço. Peguei o headfone e depois de ouvi eu falei para ele. Pra mim, é a melhor musica que já ouvi em toda minha vida. Não existe outra e não existira tão cedo igual. Simplesmente ele tinha me apresentado um grupo chamado “MATATA”. que futuramente se consagrou e virou um hino na Black Power.

De nossa conversa surgiu o convite do Mr. Paulão ao Paulinho e o meu primeiro baile pela Black Power foi no sábado seguinte em Guadalupe Country Clube, em Guadalupe, juntamente com a “Soul Grand Prix”. Nesse baile houve Recorde de público, mais de 7000 pessoas no salão. Era muita gente!!! Para mim, que estava acostumado fazer baile pela FENIX com no máximo 1000 a 1500 pessoas, foi espantoso e extremamente positivo. Pela primeira vez eu tive meu nome veiculado junto com o do Mr. Paulão pela rádio mundial, durante toda semana, e aos sábado a cada meia hora era ouvido na Rádio sobre o baile daquela noite. Daí, casa cheia naquela sábado. Os bailes da época começavam às 20:00hs e iam até às 04:00hs. Tinha que ter muita musica mesmo pra tocar.
Como não houve tempo hábil para juntar os meus discos com os do Paulão, o melhor estava ainda por vir. Logo após o baile do Guadalupe, passamos quase o dia todo na casa do Paulão juntando nossas discotecas. O resultado não poderia ser outro. Formamos uma super discoteca e nomeamos como o “Baú da Black Power” .

Claro que a Black Power tinha muito mais discos do que eu. Mas minha discoteca, que não era pouca e muito boa, foi apenas um perfeito complemento para aquilo que nos propusemos a fazer que era de Levar o que havia de melhor do Soul Music e, nesse particular, não tinha pra ninguém. Por muitas vezes, as equipes de som com as quais fazíamos festivais sempre nos deixavam por último, para ver se nós repetíamos alguma musica, mas isso nunca aconteceu. O que se via também é que o publico só ia embora depois que a Black Power tocava.
Sabe aquele disco de um grupo africano que o Mr. Paulão me apresentou como nome de MATATA, por ocasião de nosso primeiro encontro nos Boêmios de Irajá, pois é, Big Boy desceu de Petrópolis e foi no nosso baile no Curtume Carioca, na Penha, só para ver o disco tão falado pela galera da Soul Music e, em seguida, falou.: "Muito bom. Eu não conheço isso.".

Todos tinham vontade de ter e saber quem era o grupo e nome da musica, mas somente a Black Power é quem tocava essa maravilha de musica e digo mais ainda, com todo respeito que tenho pelo meu Brother Mr. Paulão. Eu fui o cara que insisti muito em tocar esse disco que virou hino e foi considerado, por muitos, o melhor balanço da Black Power, porque eu sentia que o resultado não seria outro senão a consagração do disco. Aliás, desculpe, mas falando de musica, eu vou deixar de fazer maiores comentários porque nós nos tornamos referencia musical perante nossas concorrentes. A galera só queria musica que nós tocávamos e isso era impossível.
O lema do Mr. Paulão como o meu era de não repetir música das equipes que tocassem na nossa frente. Nós éramos a referencia e tínhamos musicas suficientes para tocar o mês todo e sem repetir e isso era o nosso grande diferencial. Nós tínhamos material de sobra, inclusive duplicatas de vários musicas. Em algumas ocasiões chegávamos a quebrar em público alguns discos que por algum motivo pulava na ocasião de nossos bailes.
Em pouco tempo passamos a ser a principal equipe de som do Rio de Janeiro que, com certeza, foi fruto de um belo trabalho apresentado pelo Mr. Paulão e Paulinho enquanto que as outras equipes, por falta de opção, só se preocupavam em competir entre elas deixando de conquistar espaço no gosto do publico. Havia também um outro detalhe importantíssimo, a hora da musica lenta. A galera só gostava de ouvir a musica romântica com a Black Power. Nós fomos os grandes responsáveis de muitos casais hoje casados e que constituíram família. Realmente, A Black Power foi uma equipe de som completa.

Como nós tínhamos o foco direcionado ao nosso publico fiel, nós estudamos que precisaríamos melhorar um pouco mais o nosso estilo musical. Então fomos buscar a Philadelphia !!! Antes de introduzir esse ritmo nas pistas de nossos bailes, fizemos uma experiência com essas musicas tocando no começo dos eventos e aos poucos fomos introduzindo num horário mais acima a ponto de tocarmos no horário nobre de nossos bailes. Nós, Mr. Paulão e eu, fomos os caras que mudamos radicalmente a opção da galera curtir esse rítimo que também se tornou sucesso em nossos bailes.
A Black Power se apresentou eu quase todos os clubes do Rio de Janeiro e por onde passou deixou a sua marca histórica de publico. Diria para todos que o Grêmio de Rocha Miranda foi o Palácio do Soul, e que teve um papel fundamental nas noites de domingo por muito tempo.
Não podia deixar de registrar que conquistei um outro momento mágico na minha vida quando a Black Power começou à tocar com a equipe do “Big Boy” e o meu contato pessoal com o cara que por muito tempo me espelhei deu realidade ao meu sonho de muitos anos. Bem ali na minha frente, um cara que, desde início, sempre tive como grande referência na minha carreira estava ali perto de mim trocando idéias sobre musicas e os sucessos mais recentes que se tocavam no exterior. Muito bacana isso!!!. Ganhamos muitos discos do “Big Boy” para divulgação. Ele nos deixou cedo, mas ficou marcado para sempre na história da Black Music.

Trabalhei na Black Power com Mr. Paulão por toda década dos anos 70 até 1985 quando resolvi interromper minha carreira, para dar seguimento ao meu próprio negócio, mas sempre acompanhei o desenrolar da Black Music e continuei conquistando novos discos, agora muito mais fáceis, do que no passado. Hoje, tenho um belo acervo de Soul Music em vinil e se houvesse possibilidade de fazer evento, como no passado, o publico ganharia muito com isso além de rever a dupla que foi sucesso das pistas da Black Music. Retornei em 2004, apenas em reuniões com amigos, onde eu possa apresentar alguma coisa ainda em meu poder daquela época que não volta nunca mais. Só quem viveu essa época é que sabe o que estou dizendo.
Foi uma experiência única na minha vida e eu faria tudo de novo. Se alguém me perguntasse se valeu a pena. Eu digo claro que valeu. Acho que todos nós não devemos abrir mãos de nossos sonhos e daquilo que gostamos de fazer.

Abraços a todos,

DJ Paulinho Black Power.

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